Em 2008 quando me foi diagnosticado o Linfoma Não Hodgkin estava numa relação. Não era a pessoa dos meus sonhos mas fazia-me feliz e achei que "merecia" dar-me mais uma oportunidade. No início não me quis envolver muito mas depois o sentimento foi aumentando e aumentando até que o que era bom tornou-se mau e doentio.
A quimioterapia "roubou-me" os meus longos cabelos, a minha beleza, a minha alegria, o meu ser... E a minha vida social e amorosa teve de ser não interrompida mas levou um grande travão. A doença e tudo o que lhe estava associado (gripes, etc) impedia-me de sair de casa e de estar com o meu namorado e amigos. Assim, e porque a doença era minha e não dele (como tantas vezes me foi dito) ele saia sozinho. Sempre fui um pouco ciumenta mas nunca me importei muito com as saídas e com o convívio com os amigos até me fazerem questão de relatar todas as suas saídas, aventuras e afins.
Era o diz que disse, as confirmações, as negações e a minha incerteza em continuar ou terminar também esta doença. Foi muito difícil para mim escolher, mas escolhi ficar e manter a relação. Porquê? Porque sim!
Perdoei tanto... E nunca me pouparam a nada! Sempre me fizeram questão de contar tudo! Cada palavra que me diziam, cada episódio, que me contavam, cada fotografia que via e cada mentira que ele me dizia eram valentes murros no meu estômago e até facadas. E levei tantos, tantas...
Ás tantas já não sabia distinguir a verdade da mentir, em quem acreditar...
No fundo, no fundo, eu sabia que esse relacionamento nunca ia resultar, que a pessoa em causa não era de confiança, não era digna de mim e que nunca ia sentir o que eu sentia por ele. A única razão que o fez estar comigo foi a pena! Pena por estar doente, pena por qualquer coisa.
Hoje esse episódio faz parte do meu passado e relembro-o aqui, hoje, porque sei que tive de passar por tudo isto para dar valor ao que é bom e essencialmente para me dar valor a mim própria. Hoje sei distinguir o bem e o mal que me fizeram e fazem. Houve pessoas que não olharam a meios para atingir os seus fins e sim! No meio de tanta infelicidade e infidelidade também tive os meus momentos de felicidade. Poucos mas tive.
Por pena ou por amor fez parte da minha vida e com ele aprendi que nunca mais permitirei a ninguém brincar com os meus sentimentos, com a minha vida e também a não permitir que se intrometam no meu mundo!
Na altura em que tive doente tudo o que era deixei de ser! A minha auto-estima, o meu amor próprio, o meu ego deixaram de existir porque eu assim o permiti! Eu fui a principal responsável pelo meu mau estado emocional e consequentemente, pelo meu mau estado de saúde.
Vivi no inferno mas sobrevivi!
És uma menina-mulher corajosa e eu admiro-te muito.
ResponderEliminarE há coisas que não acontecem por acaso.
Bjs
eu nem sei o que dizer...
ResponderEliminarEspero que estejas bem e que encontres alguém digno de ti, que saiba amar-te para além do comprimento dos teus cabelos.
todos temos o dever de ser felizes
mta sorte
maggie
Querida Andreia, são estas fases menos boas na nossa vida e consequentes relações que mais tarde nos fazem apreciar devidamente o que temos actualmente, as pessoas que estão ao nosso lado... :)
ResponderEliminarSobreviveste, certo?
ResponderEliminarFicaste mais forte e com o passar do tempo, cada vez menos coisas te vão abalar!
De uma forma ou de outra, todos nós passamos por isso!
Vim aqui por acaso hoje, pela 1ª vez., e descobri uma pessoa corajosa!
E eu gosto de pessoas corajosas!
Força nisso, cabeça levantada, e olhar sempre em frente!
Boa?
;)
Sofreste mt...eu sei...e n merecias...n mereces!! Doi TANTO ver alguem q gostamos passar por tanto...e nada poder fazer para aquele sofrimento todo terminar ;(;( Tb aprendi mt...e continuo!
ResponderEliminarO importante é q tudo passou e agora tás melhor e bem mais feliz!
Guerreira e merecedora de mmuita coisa boa amiga.Hoje conheci seu blog assim sem mais nem menos e já virei sua fã.Desejo a ti td d emuito bom, pois Papai do Céu assim permitirá. Bju no coração.
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