1 de Março de 2008, Sábado, recebi a visita das minhas amigas que estudaram comigo no ISLA e dos seus respectivos maridos/namorados e filha. Depois de saberem da novidade por mim, combinaram e fizeram-me todos uma visita que muito me agradou e comoveu porque não estava nada à espera. Foi muito giro e muito bom voltar a vê-los a todos, em especial à minha “sobrinha” emprestada que fiz questão de (ir contra todas a indicações da médica) e pegá-la ao colo. Há sentimento e gesto melhor que ter um bebé nos nossos braços?!? Não!! Então aproveitei todo o tempo para andar com a minha “sobrinha” ao colo e matar todas as saudades.
De uma turma tão grande sobrou um grupo de resistentes que se mantêm unidos e sempre que podem encontram-se para estreitar e fortalecer os laços de amizade que nos unem e sempre nos uniram. Espero que se mantenha assim, porque “o longe faz-se perto” e “quando se quer, consegue-se”. Obrigada meus queridos e minhas queridas por estarem sempre comigo e respeitarem-me sempre.
Desde o primeiro tratamento de quimio até aqui as coisas não foram fáceis, mas também não foram impossíveis. Dores no corpo, fraqueza, cansaço, indisposição, vertigens e desequilíbrios foram alguns dos meus primeiros sintomas. O cabelo ainda se mantinha curto (e na minha cabeça. Lol).
Um sintoma extra fazia-me andar mais stressada e preocupada, mas resistente… as dores que tinha no meu braço… Depois de conferenciar com os meus pais, chegámos à conclusão porque nós em outras vidas fomos médicos) que podia ser de ter agarrado na minha linda “sobrinha” ao colo e por muito que tentasse ser forte, tinha que ligar à minha médica… eu não queria nada… mesmo nada… mas… liguei e… o resultado foi uma deslocação ao hospital para uma pequena cirurgia. A minha primeira cirurgia e a colocação de um cateter central que me iria permitir receber os tratamentos de quimioterapia através de acesso ao sistema venoso de uma forma mais fácil e praticamente indolor (abençoada “sobrinha” :D).
Tive que estar no hospital no início da tarde, para ser submetida a uma pequena intervenção cirúrgica que me fez tremer (a mim e ao meu paizão que me esperava cá fora) e ter algum receio pelo aparato da sala, das luzes, das máquinas, dos apitos… de tudo. Médico e enfermeiras foram uns queridos e muito meiguinhos apesar de me deixarem o braço numa lástima por não me encontrarem veias... Passou!! Posso dizer que apesar de estar a dormir durante a cirurgia, senti tudo o que me fizeram, uiiiiiiiii. Mas o pior… o pior foi o depois. As dores e o não conseguir arranjar uma posição que as aliviasse e me deixasse dormir. Estava “doidona”, maluca com dores e foi neste momento que descarreguei todo o meu “mau feitio” com os meus pais, pois tá claro! Quem mais?!? Perdoem-me, mas só me apetecia bater, morder, descarregar toda minha fúria, tristeza e dor. (ATT: não fiz mal nenhum a ninguém! Não sou violenta.). Aguentei-me firme! A minha mãe desesperada, pediu a uma amiga minha que fosse dormir comigo lá a casa e me levasse uma almofada que me permitisse dormir sentada.
"Pior que a dor do corpo, é a dor da alma."
Mts vezes me admirei de n te "chateares" mais vezes! Tinhas necessidade de deitar cá pra fora toda a angústia, "raiva", tristeza por tudo aquilo q tavas a passar...e realmente os teus pais foram fantásticos e tb alguns amigos, é verdade! Como te disse mtas e mtas vezes...n é fácil tar no teu lugar, mas tb n foi nada fácil tar ao teu lado e nada poder fazer...por vezes aqueles q mais te amam só te querem ajudar, podem é n o fazer da melhor maneira...
ResponderEliminarBjnho grande.
Sara Bento.
Querida sobrinha
ResponderEliminarSabia que foram momentos dificeis para ti mas depois de ler hoje o teu blog, estou muito mas muito orgulhosa.
Estou muito emocionada, não tenho palavras para descrever o que sinto. Bem hajas querida.
Vive o máximo a vida e sê muito feliz porque se alguém o merece, ÉS TU. Beijocas fofas.
Bem eu estou com o orgulho do tamanho do mundo.
ResponderEliminarSei que ainda hoje, sei, mas sei mesmo que precisas de exorcizar isso tudo para o mundo exterior.
Libertar-te completamente!
Estou ao teu lado sempre para realizar essa acção dia após dia.
Amo-te