sábado, 11 de setembro de 2010

30 de Abril 2008 – Jantar dos 10 anos da Expo’98

Depois de terminar o meu curso técnico-profissional de Turismo na EPAMG – Escola Profissional e Artística da Marinha Grande em 1997, tive a oportunidade de ir trabalhar para a Expo’98. Não que alguém me tivesse convidado, é claro! Como tudo na minha vida, tive de ir à luta! A terminar o meu curso queria imediatamente começar a trabalhar, mas não sabia muito bem onde nem a fazer o quê. Numa visita a uma Univa – Unidade de Inserção na Vida Activa que existia na Marinha Grande perto da escola para me ajudarem a fazer um currículo, vi um anúncio para voluntários. Hum… Não era bem o que eu queria…

Comecei à procura de trabalho, fartei-me de enviar currículos e de ir a entrevistas e… nada. Um dia fui com uma amiga a Leiria “às compras”, ou melhor, ver as lojas e não comprar nada porque o dinheiro nunca foi muito… Tristes com a “visita” às lojas decidimos mudar o rumo da nossa vinda a Leiria e resolvemos ir até ao IPJ – Instituto Português da Juventude onde vimos afixados vários anúncios para trabalho voluntário na Expo. A ideia era aliciante, muito interessante mas trabalhar de graça não era para mim!! É que mesmo que eu quisesse era impossível!  Como é que pagava as viagens? A alimentação? A estadia? Era impensável! Voltei à Univa na Marinha Grande e falei com a técnica, a Dr.ª Catarina. Não queria ser voluntária, queria ir trabalhar a tempo inteiro como as pessoas normais. Já não era nenhuma garota e queria ter um trabalho a sério! Nesta altura trabalhava num supermercado na Vieira. Eu gostava mas não me via a trabalhar ali o resto da minha vida (e ainda bem! Porque depois fechou! Agora é uma loja chinesa). Fiz um currículo à maneira e enviei-o para a sede da Expo’98 na esperança que alguém me chamasse… E chamaram!! Mandaram-me um telegrama numa sexta para me apresentar na Expo numa segunda. Que confusão!! Parecia uma barata tonta!! Estava a trabalhar e tinha responsabilidades! Não podia e não queria faltar ao trabalho. Viagens e viagens, entrevistas e entrevistas, e fui admitida! O processo de recrutamento foi horrível! Nunca fui tão humilhada (ou melhor… até fui por várias vezes e pessoas diferentes mas nesta altura ainda não sabia o que me reservava o futuro) mas consegui e fui trabalhar para a Expo’98!

Fui destacada para trabalhar no melhor pavilhão da Expo (para mim, pois tá claro) – O “Pavilhão do Conhecimento dos Mares”, actual Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva. Para mim foi uma vitória pessoal! Ir trabalhar para Lisboa para um lugar com a projecção da Expo’98 foi a loucura total! Ainda nem estava em mim, nem sabia como tinha conseguido. Fiz imensos amigos e conheci pessoas magníficas e extraordinárias que desde 1998 me têm acompanhado ao longo da vida e estão no meu coração!

Em 30 de Abril de 2008 foi realizado o jantar dos 10 anos (graças à persistência do meu amigo Carlos). Conseguiu-se através da internet, das redes sociais e do passa a palavra reunir a equipa do pavilhão. Infelizmente não estiveram todos presentes… Uns porque não conseguiram ir, outros porque já não estão entre nós… Mesmo assim foi muito bom o reencontro! Foi óptimo! E tão engraçado… Conhecia toda a gente, mas lembrar-me de todos os nomes foi a tarefa mais difícil que tive. Lá me consegui desembrulhar e foi bom ver pessoas dez anos mais “velhotas”.

A ida a esse jantar, foi uma aventura… Desde que tomei conhecimento que esse jantar se ia realizar disse imediatamente “EU VOU! EU QUERO IR!” mas… para o meu pai ir para Lisboa era um atrofio, namorado não tinha carta, carro e nem pensar levá-lo (só os amigos dele é que eram bons! Os meus não valiam nada! E jantar sem minis não era muito a onda dele!) Ir de autocarro era para esquecer! (andava no meio dos tratamentos). Já nem sabia o que fazer! Não havia nenhuma forma, jeito ou maneira de ir áquele jantar e já me estava a passar da marmita!!

Nessa altura fartei-me de barafustar com Deus e ele ouviu-me! O meu vizinho e o meu pai levaram-me de propósito a Lisboa ao jantar dos 10 anos da Expo e eu sentia-me a pessoa mais feliz deste mundo (e a mais nervosa também!). Nunca, mas NUNCA vou esquecer tamanho gesto de ambos porque não ficaram comigo no jantar. Foram para a Parede ter com o meu tio e a minha madrinha enquanto o jantar decorria. Sinto que foi bom para mim e também para o meu pai.

Fui ao jantar, reencontrei-me com os meus colegas e amigos do pavilhão e foi uma noite fantástica e inesquecível onde convivemos, confraternizámos, recordámos momentos passados e durante o jantar foram passados filmes daquela altura… Era tão nova, tão jovem e tão, mas tão feliz!

"Todos os dias Deus dá-nos um momento em que é possível mudar tudo o que nos deixa infelizes. O instante mágico é o momento em que um 'sim' ou um 'não' pode mudar toda a nossa existência." Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei – Paulo Coelho


2 comentários:

  1. Sempre foste uma lutadora!! Em TUDO!
    Estavas tão feliz com este jantar, radiante!! N falavas de outra coisa. Até eu me ofereci pra ir ctg! Percebi q era mesmo mt importante pra ti, andavas "eufórica". E com razão pq já tive a oportunidade de conhecer alguns dos teus "amigos da EXPO" - como lhe chamas :) e são FANTÁSTICOS!! Amigos distantes mas sempre presentes, o q é raro hoje em dia...

    Já te disse q te admiro MUITO????!! Tenho saudades...

    Sara Bento.

    ResponderEliminar
  2. PRONTO, AI ESTÁ A LAGRIMA NO OLHO!!!!!
    E MAIS NÃO DIGO...

    CS

    ResponderEliminar